terça-feira, 16 de dezembro de 2008

DATAS FESTIVAS - UMBANDA



JANEIRO20 - São Sebastião - Louvação a Oxossi - Festa de Caboclo 21 - Dia Mundial da Religião


FEVEREIRO02 - Nossa Senhora dos Navegantes - Louvação a Iemanjá 13 - Louvação a Omulu - Início da Quaresma


MARÇO29 - Sexta-Feira da Paixão - Fechamento de CorpoABRIL23 - São Jorge - Louvação a Ogum


MAIO13 - Louvação aos Pretos Velhos 30 - Santa Joana D'Arc - Louvação a Obá


JUNHO13 - Santo Antonio de Pádua - Louvação a Exu 24 - São João Batista - Louvação a Xangô29 - São Pedro e São Paulo - Louvação a Xangô Aganju


JULHO25 - São Cristovão 26 - Nossa Senhora Sant'Anna - Louvação a Nanã AGOSTO15 - Nossa Senhora da Glória - Louvação a Iemanjá16 - São Roque - Louvação a Obaluaye 24 - São Bartolomeu - Louvação a Oxumarê


SETEMBRO05 - Louvação ao Sr. Tranca Rua das Encruzilhadas 27 - São Cosme e São Damião - Louvação a Ibeji 28 - Festa Umbandista 29 - São Miguel Arcanjo - Louvação a Logum Edé 30 - São Jeronimo - Louvação a Xango Agodô (almas)


OUTUBRO12 - Louvação ao Sr. Tranca Rua das Almas 17 - Louvação ao Sr. Marabô


NOVEMBRO01 - Todos os Santos - Louvação às Almas 02 - Finados - Louvação a Omulu
DEZEMBRO04 - Santa Bárbara - Louvação a Iansã 08 - Nossa Senhora da Conceição - Louvação a Oxum e Iemanjá 25 - Louvação a Oxalá 31 - Louvação a Iemanjá - encerramento do ano

Umbanda



Etimologicamente podemos afirmar que a Umbanda é uma religião espiritual, brasileira, do século XX, com ritual afro-ameríndio e oriental, vindo de diversos países e constituída de uma escola de evolução espiritual através da encarnação. A Umbanda se divide em sete linhas e sete cores de representação vibratórias.


Teve sua introdução mais intensa, proporcionando a divulgação necessária, com a manifestação mediúnica de Zélio de Moraes em 14 de novembro de 1908, em São Gonçalo das Neves, próximo a Niterói, Rio de Janeiro. Onde em uma mesa kardesista foi atendido pelo senhor José de Souza, médium vidente, então presidente da Federação Kardecista de Niterói. Naquele momento manifestou-se em Zélio o caboclo das Sete Encruzilhadas ao qual lhe foi perguntado o que desejava ali e quem era, dando como resposta que era apenas um caboclo brasileiro, e dizendo a seguir:



Se é preciso que eu tenha um nome digam que eu sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, pois não haverá caminho fechado para mim, Deus, em Sua infinita misericórdia estabeleceu na morte o grande nivelador universal. Ricos e pobres, poderosos ou humildes, todos se tornam iguais na morte, mas vocês, preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar estas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Porque não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas importantes, também trazem importantes mensagens do além? Porque o não aos Caboclos e Pretos Velhos, acaso não foram eles também filhos do mesmo Deus?E a seguir instruiu que tendo em vista determinação do superior plano astral instituiria-se a partir dali e de seu próprio médium uma nova religião e que no dia seguinte gostaria que na casa de Zélio houvesse uma mesa posta e toda e qualquer entidade que quisesse se manifestar independentemente dos títulos obtidos na Terra, ali poderiam falar, e que, todos seriam ouvidos e eles aprenderiam com aqueles espíritos que soubessem mais e ensinariam àqueles que soubessem menos e que a nenhum virariam as costas e que a todos aquela casa prestaria o bem e a caridade.
Desta forma muitos médiuns que por receberem manifestações mediúnicas de Caboclos e Pretos Velhos e que acabaram por serem expulsos de muitas casas dirigiram-se naquela data à casa de Zélio . Foi assim que aquele menino de apenas dezessete anos, sem entender direito o que estava acontecendo, viu-se como líder diante de um grupo de pessoas que passaram a seguir as orientações daquele Mentor. Estava então definitivamente divulgada e instalada a Umbanda no Brasil e no mundo.


Texto extraido do Livro "O Guardião Tranca Rua"de autoria de Nelson Pires FilhoEd. Madras e protegido por normas de Direitos Autorais.

O Babalorixá Príncipe Custódio






Um homem poderoso, influente, um líder espiritual e conselheiro de políticos gaúchos como Julio de Castilhos e Borges de Medeiros. De Benin, na África até Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, o príncipe negro traçou uma história cheia de mistérios.
A invasão inglesa em 1897 força um grande número de nobres africanos a saírem de Benin e procurar refúgio em outras regiões da África. São João Batista de Ajudá, um porto não muito distante do reino de Benin, foi o local escolhido pelo príncipe negro para permanecer durante aqueles tempos conturbados; lá ele morou durante dois meses, acompanhado por oficiais ingleses e por parte do seu conselho de chefes, dali embarcado para o Brasil.
Custódio Joaquim de Almeida, nome adotado no porto de Ajudá. Seu nome tribal era Osuanlele Okizi Erupê, filho de Oba Ovonramwen (oba quer dizer Rei em Yorubá), foi um fervoroso opositor britânico. Existem muitas histórias em relação à saída do príncipe de Benin, todas porém estão associadas à invasão britânica. Osuanlele teria feito um acordo para deixar o país e viver no estrangeiro, onde receberia mensalmente uma pensão do governo inglês.
Em 2 de setembro de 1898, o príncipe Custódio, pisa em solo brasileiro, na Bahia, onde permanece por um tempo e vai para o Rio de Janeiro, ficando aproximadamente dois meses.
Através de consultas ao jogo de búzios, Custódio é orientado pelos Orixás a seguir para o sul do Brasil, chagando a cidade portuária de Rio Grande em 1899, e por prováveis perseguições que tinham sido enviadas de seus inimigos na África ele vai para a cidade de Pelotas, no ano de 1900, onde conheceu o político Julio de Castilhos, que o procurou como último recurso para remediar um câncer que tomava conta de sua garganta. Seguindo orientação dos Orixás, o príncipe chega em Bagé, e acaba fortalecendo toda questão da religião africana, que já existira no sul com muitas ressalvas.
Homem com poder de mobilização dentro da comunidade, uma pessoa que conseguia muitas coisas, e sua fama de curandeiro já percorria todo país, e foi em busca de cura que Julio de Castilhos convidou o príncipe para vir morar em Porto Alegre.
Com a aprovação dos Orixás, Custódio Joaquim de Almeida chega em Porto Alegre para nunca mais sair. Residia com sua corte na rua Lopo Gonçalves, 498 onde recebia várias personalidades, tanto do Rio de Janeiro, da África que o procuravam, como os políticos locais.
A presença de Custódio em Porto Alegre e o seu relacionamento com grandes políticos contribuiu muito para que não houvesse perseguições às casa de religião, o que se torna bem marcante após sua morte.
Preocupada com as lutas entre chimangos e maragatos dona Carlinda, esposa de Borges de Medeiros, foi procurar o príncipe negro em busca de proteção para o marido. O poder da religião africana praticada por Custódio encantava a alta sociedade da época e trazia a sua casa gente simples e visitas ilustres; ele já mais fechava as portas a qualquer pessoa, os necessitados o procuravam com os mais diversos fins; as mulheres ele encaminhava para fazer trabalhos domésticos, e os enfermos ficavam até serem curados das doenças e debilidades.
Sempre bem vestido, desfilava pela cidade em uma carruagem, puxado por uma parelha de cavalos brancos e pretos; era proprietário de um haras, onde cuidava de seus cavalos e de vários outros políticos importantes; quando chagava a época de treinar os cavalos, ele montava as carretas e a família toda ia junta para os cavalos ser treinado no mar, marcharem no mar; levavam uma semana para chegar e era uma festa.
O mercado público de Porto Alegre era muito movimentado, e para resguardo, príncipe Custódio fez o assentamento de um Bará, que é o guardião das casas, cidades e das pessoas; na África também é comum o assentamento do Bará nos mercados.
No Rio Grande do Sul existe um número expressivo de casas de religião africana, mais de 70.000 (setenta mil casas), é quase como um quilombo, desenvolvendo uma ação social também.
Mais de um século após a chegada do príncipe negro em Porto Alegre, aqueles que praticam a religião africana, após um ritual religioso,seguem em direção ao mercado público, para cumprimentar, agradecer e homenagear o Bará que lá foi assentado por Custódio Joaquim de Almeida.
Não se sabe como Custódio escolheu o nome pelo qual se identificou aqui no Brasil, mas é curioso o fato de que o sobrenome escolhido teria semelhança com um ex-escravo chamado Manuel Joaquim d'Almeida, um mahi da família Azima, nascido na aldeia de Hoko, e cujo nome, antes do batismo, era Gbego Sokpa. Após muitos anos na Bahia, Joaquim, ainda escravo ou já liberto, fez, entre 1835 e 1845, várias viagens à costa, a serviço de seu dono ou ex-dono e também por conta própria, até que decidiu instalar-se de vez na África, em Ágüe, onde fundou o bairro Zokikomé. Joaquim era católico convicto, ainda que católico à baiana, ganhou um bom dinheiro no comércio negreiro; era proprietário de uma casa em Salvador, tinha nove escravos a seu serviço; era credor de mercadores de escravos em Pernambuco e Havana, Joaquim d'Almeida tornou-se o maior mercador de escravos em Ágüe, e o líder local da comunidade brasileira. Uma parte de seu êxito deve-se ao fato de ter sido feito pelo rei Glidji o chefe da alfândega nas praias entre Aguê e Popô pequeno, coletando, portanto, as taxas devidas pelos navios que ali comerciavam, o que lhe dava enorme vantagem sobre seus competidores, mesmo assim não deixara de ter contato com o Brasil, principalmente com a Bahia. Joaquim d'Almeida, apesar de ser católico devoto, era também polígamo; dele identificaram-se 82 filhos. Vê-se aí uma descendência grandiosa herdando o sobrenome d'Almeida, que pode ou não ter influenciado o príncipe Osuanlele em Ajudá, quando escolheu o nome de Custódio Joaquim de Almeida.
Ajudá era o nome do reino, na realidade Huedá (ou Xweda) com capital em Savi, mas a palavra acabou por se aplicar à cidade onde os portugueses construíram a fortaleza de São João Batista.
O príncipe Custódio morreu em maio de 1935, aos 104 anos, na casa em que sempre morou na rua Lopo Gonçalves em Porto Alegre, e traçou uma trajetória cheia religiosidade e mistério que faz parte da história do Rio Grande do Sul

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Orixás

BARÁ: É o Orixá da Rua (cruzeiros), guardião das casas (Ilês), é quem abre os caminhos para o crescimento das pessoas, é sempre o 1º Orixá a ser cultuado, responde por negócios, empregos.
Elemento: Terra
Domínimo: Cruzeiros
Cores: Vermelho
Saudação: Alupo
Dia da Semana: Segunda-feira
OGUM: É a força do ferro, do aço, Senhor das guerras, é Orixá que luta para tenhamos vitórias e conquistas nas nossas demandas. É ele que sempre sai em nossa defesa.
Elemento: Ferro, Aço.
Domínio: Espada (guerra)
Cor: Verde e Vermelho
Saudação: Ogunhê
Dia da Semana: Quinta-Feira
YANÇA: Deusa da paixão, alegria e felicidade, dona do této e da aliança. Orixá que traz o movimento na vida e nos nossos empreendimentos.
Elemento: Vento - Ar
Domínio: Raio - Espada - Vento
Cor: Branco e Vermelho
Saudação: Eparreio (Epaieio, eparrê)
Dia da Semana: Terça-feira
XANGÔ: Deus do fogo, dos trovões e principalmente o Orixá que faz valer a justiça divina.
Elemento: Fogo
Domínio: Balança, Oxe, Trovao, Raio
Cor: Vermelho e Branco
Saudação: Kaô Kabiecile
Dia da Semana: Terça-feira
ODÉ E OTIM: Orixás que através da caça trazem os alimentos para nossa mesa, responsáveis pela agricultura e fartura.
Elemento: Florestas
Domínio: Arco e clecha
Cor: Azul e Branco - Azul e rosa
Saudação: Okebambo
Dia da Semana: Sexta-feira
OSSANHA: Detentor dos segredos das ervas é o médico da nossa religião, que atra´eis das planta traz a cura, e também é o dono da moeda corrente (dinheiro) e ajuda nos grandes empreendimentos.
Elemento: Florestas
Domínio: Plantas
Cor: Verde e Branco
Saudação: Ueu ueu
Dia da Semana: Segunda eQuarta-feira (Cabinda)
XAPANÃ: Responsável pelo sobrenatural, usa da magia para realizar a cura, livrar o mundo e as pessoas das pragas, moléstias e enfermidades, levando para longe toda a negatividade que nos cerca.
Elemento: Espírito
Domínio: Feitiços
Cor: Preto e Vermelho - Lilás
Saudação: Abau
Dia da Semana: Quarta-feira
OXUM: Grande Mãe, Senhora do Amor, do outro e da beleza, Orixá da fertilidade, que traz em seu axé (força) a riqueza. è ela que nos acalanta nas nossas dificuldades, principalmente as amorosas e financeiras.
Elemento: Rio e Cachoeiras
Domínio: Ouro, Amor
Cor: Amarelo
Saudação: Ora eieuô
Dia da Semana: Sábado
IEMANJÁ: É nossa advogada, senhora dos amres, mãe de todos os orixás, símbolo da maternidade. Deusa que traz a sensatez, é ela que nos dá o discernimento (clareza) para nossas vidas. è quem responde pela família.
Elemento: Oceanos
Domínio: Família - amor
Cor: Azul e branco
Saudação: Omio Odô
Dia da Semana: Sexta-feira
OXALÁ: É o pai maior de todo o Orumalé, patriarca de nossa "Nação" (batuque). É o orixá que traz a sabedoria e o discernimento, é a luz que guia nossos passos, é Ele que responde pelo nossop psíquico e nossa harmonia.
Elemento: Infinito
Domínio: Psíquico
Cor: Branco
Saudação: Epa Babá
Dia da Semana: Domingo

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Nação JEJE no Brasil

Djedje (jeje) é uma palavra de origem yoruba que significa estrangeiro, forasteiro e estranho; que recebeu uma conotação pejorativa como “inimigo”, por parte dos povos conquistados pelos reis de Dahomey e seu exército. Quando os conquistadores eram avistados pelos nativos de uma aldeia, muitos gritavam dando o alarme “Pou okan, djedje hum wa!” (olhem, os jejes estão chegando!).
Quando os primeiros daomeanos chegaram ao Brasil como escravos, aqueles que já estavam aqui reconheceram o inimigo e gritaram “Pou okan, djedje hum wa!”; e assim ficou conhecido o culto dos Voduns no Brasil “nação Jeje”.
Dentre os daomeanos escravizados, uma mulher chamada Ludovina Pessoa, natural da cidade Mahi (marri), foi escolhida pelos Voduns para fundar três templos na Bahia. Ela fundou: um templo para Dan; “Ceja Hundê”, mais conhecido como o “terreiro do Ventura” ou “Axé Pó Zehen” (pó zerrêm) em Cachoeira de São Felix; um templo para Hevioso “Zoogodo Bogun Male Hundô” em Salvador e um templo para Ajunsun que não se sabe porque não foi fundado. Esse é o segmento jeje-mahi do povo Fon.
O templo de Ajunsun/Sakpata foi fundado mais tarde pela africana Gaiacu Satu, em Cachoeira de São Felix e recebeu o nome de Axé Pó Egi, mais conhecido por Corcunda de Ayá. São os Jejes Savalu ou Savaluno. Sakpata era rei da cidade Savalu/África, segundo alguns historiadores, Sakpata foi o único rei que preferiu o exílio a se render aos conquistadores de Dahomey. O dialeto dos savalus também é o Fon.
No Maranhão encontramos a casa Fanti-Ashanti fundada por Euclides Menezes Ferreira. Esse é o segmento jeje-Fanti-Ashanti do povo Akan vindo de Ghana.
No Rio de Janeiro, foi fundado pela africana Gaiaku Rosena, natural de Allada, o “Terreiro do Pó Dabá” no bairro da Saúde, que foi herdado por sua filha Adelaide do Espírito Santo, mais conhecida como Mejitó que transferiu a casa de santo para o bairro Coelho da Rocha.
Depois veio Antonio.Pinto de Oliveira. “Tata Fomutinho” que fundou o Ceja Nassó, no bairro de Santo Cristo, depois mudou-se para Madureira na Estrada do Portela, depois para São João de Meriti onde finalmente se estabeleceu na Rua Paraíba.
Dizem os mais velhos, que Mejitó, ajudou muito Tata Fomutinho no começo de sua vida de santo aqui no Rio de Janeiro.
Tata Fomutinho deixou uma legião de filhos, netos e bisnetos. Dentre esses, meu pai Jorge de Yemanja que fundou o Kwe Ceja Tessi, Pai Zezinho da Boa Viagem que fundou o Terreiro de Nossa Senhora dos Navegantes, Tia Belinha que fundou a Colina de Oxosse e Amaro de Xangô que é aquele tio que está sempre disposto a nos atender e nos ajudar com suas memórias e conhecimentos.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

OYÁ/IANSÃ




Iansã é o Orixá dos ventos, das tempestades e do rio Niger.
De acordo com os seus mitos, está ligada à água, ao fogo e à terra.
Violenta, porém de rara beleza.
Sua violência pode ser caracterizada, por sua importância na natureza.
Domina os raios, ventos e tempestades, como exerce também a renovação da vida e a morte.
Capaz de cuspir fogo e controlar os eguns (espíritos dos mortos).
O nome Iansã significa: " mãe de 9 filhos ", pois contam os mitos que teve 9 filhos.
Oyá:Nome do rio odò Oyá que segundo uma lenda, existia uma cidade chamada Ipô, ameaçada de ser destruída.
Foi salva pelo surgimento deste rio, após ser feita uma oferenda das roupas dos membros da comunidade à Oyá.